MAGNOS ALVES
Da Redação
As perdas registradas na lavoura do Rio Grande do Norte são a segunda maior do Brasil. Os agricultores do Estado estão colhendo na safra deste ano 69,4% menos que na safra de 2009. Apenas no Estado da Paraíba, a ausência de inverno causou maior estrago. Para os produtores paraibanos praticamente não houve colheita, já que as perdas estão avaliadas em 95,8%, de acordo com dados do 12° levantamento da safra de grãos, realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB).
De acordo com a Conab, a produção de grãos no Rio Grande do Norte na atual safra será de 28,8 mil toneladas, bem abaixo das 94,1 mil toneladas colhidas no ano passado.
A queda drástica deve-se à irregularidade do inverno, que reduziu a área plantada e também a produtividade da lavoura. A área cultivada limitou-se a 79,3 mil hectares, 48,2% inferior aos 153 mil hectares do ano passado. Já, a produtividade decaiu 41%. O produtor está colhendo, em média, 363 quilos por hectare, bem abaixo dos 615 quilos do ano passado.
O milho foi a cultura mais prejudicada pela escassez de chuvas, registrando queda de 78,6% na produção. O agricultor potiguar está colhendo menos de 10 mil toneladas desse produto.
O mesmo acontece com o feijão, que terá apenas oito mil toneladas produzidas no Estado.
O algodão e o arroz foram outras culturas prejudicadas e também apresentaram redução na produção.
Vários fatores contribuíram para a redução da safra, destacando-se o retardamento do início do período chuvoso e as condições climáticas desfavoráveis durante o período da germinação até a maturação das culturas.
A queda na produção vai influenciar diretamente no bolso do consumidor potiguar, que terá de pagar mais caro por produtos que serão trazidos de outros Estados produtores.
O técnico analista de mercado de produtos agrícolas Luís Gonzaga Araújo e Costa observou que, mesmo em anos normais de safra, a produção de algodão, arroz, feijão, milho e sorgo do Rio Grande do Norte não é suficiente para atender a demanda de consumo da população. "Além disso, a diminuição do volume da safra verificada neste ano vem contribuindo mais ainda para o aumento da importação desses produtos de outros centros produtores, a custos mais elevados", esclareceu.
Fonte: Jornal de Fato
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