sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Governo do Rio Grande do Sul assegura medidas para produtores de arroz


O Governo Federal atenderá as reivindicações do setor orizícola gaúcho com a realização de leilões para escoamento e aquisição direta de 1,78 milhão de toneladas de grãos, medida que irá beneficiar diretamente os produtores de arroz do Rio Grande do Sul. A decisão foi da presidente, Dilma Rousseff, em resposta ao pedido encaminhado pelo Governo do Estado e comunicada na tarde de ontem (03/02/11), pelo ministro da Agricultura, Wagner Rossi, ao governador Tarso Genro, durante encontro no Palácio Piratini.



Deste total, serão comprados por Aquisição do Governo Federal (AGF) 360 mil toneladas de arroz e 100 mil toneladas de feijão. Também serão realizados leilões do Prêmio para Escoamento de Produto (PEP) de 1,02 milhão de toneladas de arroz e 300 mil toneladas de feijão. "A medida foi determinada pela presidente Dilma Rousseff e mostra a preocupação do Governo Federal em garantir uma política agrícola que ajude os produtores", afirmou o ministro.

MOVIMENTO REÚNE SC E RS NA DEFESA DA CULTURA DO ARROZ

O excesso de arroz no mercado brasileiro está achatando os preços pagos aos rizicultores. Ainda há estoques relativamente elevados nos armazéns do governo e do setor privado e a colheita da nova safra de arroz inicia no fim deste mês de fevereiro. O preço da saca já caiu 8% somente neste ano. Preocupada com essa situação, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) reúne-se com sua co-irmã gaúcha, a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), em Camaquã (RS) no dia 9 de fevereiro de 2011 para definir estratégias conjuntas.

"Vamos discutir as alternativas para evitar mais prejuízos aos produtores rurais", antecipa o presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo, que se reuniu neste início do mês, na sede da Faesc, com um grupo de lideranças do sul do Estado, capitaneadas pelo presidente do Sindicato Rural de Jaguaruna, Rui Geraldino Fernandes e pelo presidente da Cooperativa Agropecuária de Tubarão (Copagro), Dionísio Bressan Lemos. O objetivo do encontro foi analisar os problemas do setor e definir ações.

A importação de 1 milhão de toneladas de arroz dos países do Mercosul estaria agravando esse quadro de superoferta. Como reflexo dessa situação, o mercado está pagando de R$ 20,00 a R$ 23,00 a saca de arroz, valor abaixo do preço mínimo fixado pelo governo, de R$ 25,80.

O Brasil cultiva 2,9 milhões de hectares e produz 12,6 milhões de toneladas de grãos, sendo que os dois maiores produtores são Rio Grande do Sul, que responde por 60,9% e, Santa Catarina, por 8,4% da produção nacional. A proximidade geográfica e a afinidade econômica fazem com que os dois Estados atuem de forma coordenada na questão do arroz já que representam 70% da oferta nacional.

Pedrozo antecipou que as entidades do agronegócio programarão um grande ato de abertura da safra nos dias 24, 25 ou 26 com a presença da presidente Dilma Rousseff, ocasião em que entregarão uma pauta de reivindicações, pedindo medidas para reequilibrar o mercado brasileiro de arroz.

A Faesc adotou uma linha de reação junto aos parlamentares federais e aos ministérios da Fazenda e da Agricultura: quer a retomada dos contratos de opção ou reajuste do preço mínimo do arroz próximo aos R$ 30,00 a saca de 50 kg.

A Federação cobrará apoio aos arrozeiros, lembrando que as distorções econômicas do arroz irão se transformar em problemas sociais muito em breve.

MERCADO

O mercado do arroz é complicado e restrito. Não se trata propriamente de um commodity e os países de grande consumo (como os asiáticos) são, também, grandes produtores. São poucas as opções de transformação do arroz em outros produtos, o que limita sua industrialização. O arroz é a principal fonte de renda de 8.000 produtores catarinenses, gerando mais de 50.000 empregos diretos e indiretos. O Estado cultiva 150,5 mil hectares e produz 1 milhão e 39 mil toneladas/ano em 60 municípios do Sul, Vale do Itajaí e Norte catarinense.

FONTES Notícias do Piratini

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