terça-feira, 28 de junho de 2011

FAO prevê novo déficit mundial de cereais na safra 2011/2012

Os preços dos alimentos devem continuar elevados e voláteis em 2012, exercendo uma pressão cada vez maior sobre os países importadores mais pobres e causando dores de cabeça para os formuladores de políticas, segundo a FAO.

"Com a produção total de cereais em 2011 abaixo da utilização antecipada, os preços internacionais devem permanecer altos, especialmente nos mercados de trigo e grãos forrageiros, como o milho", disse a organização.

Enquanto isso, ministros de Agricultura das 20 principais economias do mundo (G-20) se reuniram em Paris nos dias 22 e 23 para negociar um acordo sobre como lidar com os preços quase recordes dos alimentos e conter a volatilidade. A inflação dos alimentos tem sido culpada por desencadear uma onda de tumultos que abalou o mundo árabe neste ano, e a FAO advertiu que a Líbia, afetada por meses de levante popular, enfrenta uma séria escassez.

A FAO reduziu a estimativa da produção global de cereais em 2011/2012 para 2,302 bilhões de toneladas, motivada por uma redução das safras nos Estados Unidos e na Europa. A colheita mundial de trigo deve ficar bem abaixo da projeção anterior, atingindo 671 milhões de toneladas - sendo 134 milhões de toneladas na Europa - depois que uma seca reduziu a estimativa da produtividade. Contudo, o volume previsto ainda marca um aumento de 2,8% na comparação com 2010/2011 devido à recuperação da produção na região do Mar Negro.

As reservas globais de cereais devem sofrer, como resultado, recuando para 486,2 milhões de toneladas, o que diminuirá a relação estoque/uso em 2,3%, para apenas 20,7%.

"Com os estoques de grãos ainda em níveis baixos, especialmente os de milho, os preços internacionais devem continuar não apenas elevados, mas também voláteis na temporada comercial 2011/2012", informou o relatório.

Ainda assim, a FAO disse que um clima favorável indica que os países do Norte da África - incluindo o Egito, maior importador de trigo do mundo - provavelmente dependerão menos de importações. A produção do cereal deve subir 14% neste ano, para 18 milhões de toneladas, de acordo com a organização.

FONTE

Canal Rural
Agência Estado

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