Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Em ritmo de samba, cerca de mil pessoas marcharam hoje (19) pela Praia de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, para protestar contra o novo Código Florestal, aprovado na Câmara dos Deputados e em tramitação no Senado Federal.
Puxados por blocos e bandas tradicionais de rua do carnaval carioca, como o Simpatia é Quase Amor e a Banda de Ipanema, os manifestantes demonstravam insatisfação, principalmente em relação à anistia aos desmatadores e à liberação da agricultura em áreas localizadas em topos e encostas. Muitos seguravam faixas e cartazes. Manifestantes também vestiam fantasias relacionadas à natureza, como a de árvores.
Com o slogan “Sambe pelas Florestas para Elas Não Dançarem”, o protesto contou com cerca de 100 ritmistas de várias agremiações.
De acordo com a presidenta da Associação Independente dos Blocos de Carnaval de Rua da Zona Sul, Santa Teresa e Centro (Sebastiana), Rita Fernandes, uma das organizadoras do evento, é preciso mobilizar a população para pressionar os senadores a votar contra o texto.
“A gente não pode aceitar que qualquer coisa passe no Congresso e que os parlamentares votem de forma contrária ao que a sociedade de uma maneira geral quer. Como o código ainda tem que passar por nova votação, temos que pressionar os senadores, para que ele [texto] seja revisto”, afirmou.
Os organizadores também elaboraram um manifesto, reunindo as principais críticas à lei, que será encaminhado aos senadores da bancada do Rio de Janeiro, em Brasília.
Para o geólogo André Saldanha, que participou da marcha, as alterações previstas pelo novo código podem contribuir para a ocorrência de desastres ambientais.
“As modificações são absurdas e vão contra a evolução dos estudos ambientais. Do jeito que está, vai ser possível desmatar no topo de morro, o que pode gerar deslizamentos, como os que ocorreram no início do ano na região serrana do Rio. Além disso, a nova lei reduz de 30 metros para 15 metros a proteção da mata ciliar. Temos que questionar e reclamar”, afirmou.
Edição: Lílian Beraldo
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