terça-feira, 29 de abril de 2014

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Sumiço das abelhas derruba exportações de mel do Brasil

O Brasil caiu da 5ª para a 10ª colocação mundial em exportação de mel nos últimos dois anos. O motivo foi o abandono das colmeias na região produtora mais importante do país, o Nordeste. Em 2012, alguns estados registraram queda de 90% na produção e o abandono de colmeias chegou a 60%. "A queda no Nordeste reflete diretamente nas exportações nacionais de mel. A região é uma das maiores produtoras e exportadoras do país" explica Maria de Fátima Vidal, coordenadora de estudos e pesquisas do Etene (Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste).
Cerca de 46 mil pequenos apicultores em nove estados nordestinos vivem da atividade e, juntos, respondem por 40% da produção de mel no país -- em épocas com índice normal de chuva. Por trás do sumiço das abelhas está a seca que atinge a região há pelo menos 24 meses. Além das alterações climáticas, bactérias e uso de agrotóxicos são citados como causas da mortalidade das abelhas no Brasil. Mas a falta de documentação sobre o desaparecimento de enxames dificulta o trabalho de controle e monitoramento da situação.

O Banco do Nordeste do Brasil (BNB) prevê que o problema não deve melhorar até 2015. Neste ano, as perspectivas de pouca chuva estão se confirmando e, para o próximo, mesmo que haja precipitação normal, a recuperação das colmeias deve ser lenta. "Isso ocorre porque o período de chuvas no Nordeste é curto sendo que, quando ocorrem as floradas, os novos enxames primeiro puxam cera e fortalecem as famílias e, somente depois, no final do período chuvoso, é que começam a produzir mel", afirma Vidal, em artigo assinado pela Etene, órgão do Banco do Nordeste.

Santa Catarina bate recorde depois de perda histórica

Os produtores de Santa Catarina também sofreram com o desaparecimento dos insetos. Em 2011, pior ano, segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), o estado produziu cerca de 4 mil toneladas, enquanto a média anual é de 6 mil. "Muitas famílias deixaram a apicultura", lembra Walter Miguel, engenheiro gerente do Centro de Desenvolvimento Apícola da Epagri.

Cerca de 30 mil famílias atuam na atividade no estado do Sul e são responsáveis por cerca de 300 mil colmeias. Em 2011, o desaparecimento de abelhas chegou a quase 100% em algumas regiões. A floração de culturas como maçã e pêra foi prejudicada por causa da ausência das abelhas. "Estima-se que mais de 10% da produção agropecuária tenha sido comprometida pela falta das polinizadoras", destaca Miguel. Nessa parte do Brasil, o frio foi um dos principais motivos que ocasionou o sumiço dos insetos.

Após ações de manejo e orientação dos apicultores, as abelhas retornaram e a produção bateu recorde na última safra: 7 mil toneladas. Além do frio intenso, doenças, manejo inadequado e uso de agrotóxicos contribuíram para a queda da produtividade e sumiço dos insetos. Situação que preocupa pesquisadores, entidades governamentais e apicultores de todo o Brasil.

Síndrome do Colapso das Abelhas

Em países como Estados Unidos, Canadá, Japão, Índia e em nações da União Europeia, o problema é caracterizado como Síndrome do Colapso das Abelhas (CCD, sigla em inglês para Colony Collapse Disorder). Trata-se de um abandono repentino e massivo de colmeias. A situação é grave e, em estados norte-americanos chegou a comprometer a produção agrícola, já que a floração é feita quase que exclusivamente através desse inseto. De acordo com a Confederação Brasileira de Apicultura (CBA), entre 2007 e 2008 aquele país perdeu cerca de 1 milhão de abelhas.

"Hoje, sabe-se que elas desempenham um papel fundamental na agropecuária. Cerca de 80% de tudo o que é consumido no mundo é polinizado pelas abelhas. A ausência delas reflete-se com impacto direto sobre a agricultura", afirma Walter Miguel, engenheiro agrônomo gerente do Centro de Desenvolvimento Apícola da Epagri.

Agrotóxicos estão entre as causas do sumiço de enxames

Márcio Freitas, coordenador geral de avaliação de substâncias tóxicas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), explica que até o momento há dois casos que se assemelham com CCD no país, em São Paulo e Minas Gerais.

Segundo o especialista, a falta de dados concretos de todas as regiões brasileiras compromete a análise das causas do desaparecimento das abelhas. "Como em muitas regiões do país, a apicultura não ocorre de forma organizada, por isso, muitos casos de desaparecimento não são documentados. Há cerca de cem casos informados ", comenta Freitas.

Apesar de descartar o CCD, o Ibama indica que os defensivos agrícolas estão entre os três principais causadores do desaparecimento de abelhas no Brasil. Eles matam os insetos imediatamente após a aplicação ou afetam seu sistema sensor, fazendo com que ele não consiga retornar à colmeia, enfraquecendo o enxame.

Desde 2010, a entidade analisa três tipos de neonicotinóides, defensivos agrícolas apontados por estudos internacionais como causadores deste fenômeno. Caso se confirme os efeitos nocivos, medidas mais rigorosas para proteger os insetos devem ser adotadas. A expectativa é que, até 2014, os primeiros resultados conclusivos estejam prontos. Em 2012, uma portaria do Ibama restringiu o uso destas substâncias durante o período de floração.

Em abril de 2013, 15 dos 27 países da União Europeia (UE) suspenderam o uso desses defensivos agrícolas. José Cunha, presidente da CBA, garante que existe um esforço conjunto entre os órgãos apícolas e o setor agrícola para mitigar os efeitos dos agrotóxicos sobre os polinizadores.

"O Brasil não pode se desenvolver sem o agronegócio e o meio ambiente não vive sem os polinizadores", analisa, Ele enfatiza que, se forem adotadas medidas de fomento e proteção à atividade, a produção anual pode pular de 50 mil para 200 mil toneladas no país.

FONTE

Deutsche Welle
Autoria: Janara Nicoletti
Edição: Nádia Pontes

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

VALE DO APODI MAIOR PRODUTOR DE ARROZ VERMELHO DO NORDESTE




Foi divulgado o levantamento de campo feito pela Superintendência Regional do Rio Grande do Norte da CONAB, no período de 22 a 26/07/13 o destaque ficou por conta da Região do Vale do Apodi, cujo volume de arroz vermelho que será produzido nesta safra coloca a Região como a maior produtora do RN e do Nordeste.

Arroz: O cultivo de arroz no RN é feito, basicamente, pelo processo de irrigação. As áreas concentram-se nos municípios situados à margem do Rio Apodi/Mossoró, inseridos na Região do Vale do Apodi, que conta com disponibilização de água suficiente para o desenvolvimento da atividade. Mais de 95% do arroz cultivado no estado é do tipo “vermelho”, com sua importância comercial na região. Mesmo assim, o cultivo do arroz nas áreas potiguares depende das chuvas para abastecer os lençóis freáticos. Nesta safra, como o volume de chuvas foi superior ao ano passado, estima-se crescimento de 32,5% em relação ao total da área plantada em 2012. Em termos de produção, o destaque fica por conta da Região do Vale do Apodi, cujo volume de arroz vermelho que será produzido nesta safra coloca a Região como a maior produtora do RN e do Nordeste. Fonte: CONAB RN.

Temos poucos parceiros a agradecer, pois não existe projeto de infra-estrutura e custeio para a cadeia do arroz, não podemos dividir o mérito com o sistema financeiro; não temos outorgar e nem tarifa verde, não podemos agradecer ao governo do estado, mais sim a CONAB que destes 2008 vem trabalhando a comercialização no Programa de Aquisição de Alimento. 

O desafio de busca resolver os problemas crônicos, como liberação simplificada da outorgar, tarifa verde, são ações essências para o desenvolvimento da cadeia produtiva do arroz vermelho e consequentemente sermos o maior produtor do Brasil.

Assessoria: Eron Costa - FUNDEVAP

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

COLHEITA DO ARROZ VERMELHO NO VALE DO APODI


            Está acontecendo à colheita do arroz vermelho no vele do Apodi, a safra é fruto do plantio de janeiro e fevereiro, Breve teremos o resultado oficial da safra 2013, levantamento feito pelo técnico da CONAB no período de 24 a 26 de julho, mostrando a força da nossa gente, mesmo sem resolver os gargalhos que dificultam o crescimento e desenvolvimento da cadeia produtiva do arroz no estado, como: tarifa verde (energia mais barata), a liberação simplificada do uso de água, pois é um obstáculo que dificultar o acesso ao crédito rural.
          O Governo Federal reduziu o IPI com objetivo de garantir emprego na indústria, mas urgentemente precisaremos de subsidio, a exemplo da redução do IPI, para manter viva à cultura do arroz vermelho, que gerar no município ocupação para mais de 400 famílias e também vale lembrar, que o arroz da terra é um produto regional de excelente qualidade e já é conhecido como uma cultura Milena. Metade da humanidade tem hábito de consumir arroz, então a necessidade de resolver os problemas desta cadeia produtiva.

Assessoria: Eron Costa - FUNDEVAP
 

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Ideli diz que dívidas de produtores rurais até R$ 100 mil serão renegociadas

Roberta Lopes

Repórter da Agência Brasil

Brasília - A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, reuniu-se hoje (13) com parlamentares da bancada do Nordeste para apresentar a proposta do governo sobre a renegociação de dívidas de produtores rurais da região, prevista na Medida Provisória (MP) 565, conhecida como MP da Seca. Segundo a ministra, serão repactuadas dívidas até R$ 100 mil e suspensos os leilões de terra.

“O valor de R$ 100 mil pega 99,7% dos agricultores com endividamento, ou seja, todas as formas de endividamento, e outra coisa que é muito importante é que suspende todos os leilões que temos, inclusive, por determinação do [Tribunal de Contas da União] TCU. Há inúmeros casos em que os agricultores estão perdendo suas terras e com esse renegociação suspende o leilão”, disse.

Ela acrescentou que com a repactuação prevista no texto, os 230 mil agricultores beneficiados pela MP poderão pegar novos financiamentos.

A MP cria linhas de crédito especial com recursos dos fundos constitucionais de Financiamento do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste para atender a setores produtivos rural, industrial, comercial e de serviços dos municípios com situação de emergência ou estado de calamidade pública reconhecidos pelo Poder Executivo Federal. A matéria tramita na Câmara dos Deputados em comissão especial.

Edição: Talita Cavalcante//Título alterado para esclarecer informação.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Governo anuncia R$ 18 bilhões de crédito para agricultura familiar

Danilo Macedo e Luana Lourenço


Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O governo vai disponibilizar R$ 18 bilhões para crédito de custeio e investimento à agricultura familiar na safra 2012/2013. O anúncio foi feito hoje (30) pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, em resposta à lista de reivindicações apresentada há um mês pelos movimentos de trabalhadores rurais durante o Grito da Terra Brasil. O detalhamento dos recursos será divulgado durante o anúncio do Plano Safra da Agricultura Familiar, que deve acontecer no fim de junho.

As respostas do governo aos 138 itens de reivindicações foram apresentadas pela própria presidenta Dilma Rousseff em reunião com representantes de entidades do campo liderados pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). O ministro Vargas disse que, além dos R$ 18 bilhões do Plano Safra, mais R$ 4 bilhões devem chegar aos agricultores familiares por meio de outros programas, como os de assistência técnica e aquisição de alimentos.

“A presidenta Dilma disse que se forem necessários mais recursos, vamos viabilizar mais”, disse Vargas. Ele garantiu que R$ 706,5 milhões para aquisição de terras para assentamentos da reforma agrária este ano não serão contingenciados e a presidenta Dilma determinou o descontingenciamento de R$ 300 milhões para assistência técnica para pequenos produtores. Com a última medida, os recursos para a modalidade chegam a R$ 542 milhões.

O presidente da Contag, Alberto Broch, disse após a reunião que é preciso analisar as respostas para fazer um balanço geral das respostas recebidas do governo. Ele disse que os trabalhadores rurais saíram “satisfeitos em parte” com o que ouviram.

“Houveram avanços importantes principalmente nos custeios e investimentos e descontingenciamento da assistência técnica, mas outros pontos não avançaram. Para a reforma agrária, só o descontingenciamento é pouco”, disse Broch, explicando que os movimentos sociais ligados ao campo pediam “pelo menos” mais R$ 500 milhões para desapropriações.

O governo se comprometeu a aumentar o volume de crédito habitacional para os assentamentos, que passarão a integrar o Programa Minha Casa, Minha Vida, que deve passar de R$ 15 mil para R$ 25 mil por habitação. O pacote de medidas anunciado hoje também inclui ampliação do teto do crédito de custeio de R$ 50 mil para R$ 80 mil por produtor e elevação de recursos para o Pronaf Semiárido e para o Pronaf B, que atende agricultores de mais baixa renda

Para os produtores do semiárido, o limite de crédito, que hoje é R$ 12 mil, poderá chegar a R$ 18 mil. Os agricultores do Pronaf B, que atualmente contam com até R$ 7,5 mil, passarão a ter até R$ 10 mil para custeio.

Segundo o ministro Pepe Vargas, durante a reunião a presidenta reforçou o tratamento diferenciado dado pelo governo à agricultura familiar dentro do Novo Código Florestal Brasileiro. Com os vetos e modificações ao código divulgados na segunda-feira (28), o governo criou condições especiais para os pequenos produtores, como exigência de recompor em quantidade menor as áreas de preservação permanente (APPs), com a possibilidade de usar espécies exóticas.

"A presidenta trabalhou bastante essa questão do código florestal, reforçou a importância da agricultura familiar na produção de alimentos e disse que não podemos tratar igualmente os desiguais", disse.

Edição: Fábio Massalli

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Nordeste pode sofrer com seca por mais nove meses, acreditam especialistas

Mais nove meses de seca no Nordeste. Essa é a previsão de institutos de meteorologia, que mostram que a escassez de chuvas está no início e deve continuar até o próximo ano. Há a possibilidade de que o período de estiagem se iguale às secas de 1983 e 1998, que foram as maiores do século passado.


Em relato ao G1, o pesquisador e responsável pela Divisão de Operações do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), José Antonio Aravéquia, informou que a temperatura da água do Oceano Atlântico permaneceu mais baixa que o normal nos últimos meses, o que não favoreceu a evaporação e a concentração de umidade sobre o Nordeste, o que resultaria em chuvas. O fenômeno La Niña, que provoca chuvas, influenciou somente em áreas da Região Norte.

Em algumas áreas, como o sudeste da Bahia, a seca já é a pior das últimas décadas, segundo o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência e Tecnologia, Carlos Nobre. A tendência da estiagem, segundo Nobre, é aumentar. O período de chuva acabou em abril.

Nobre explica que a zona de convergência intertropical, que leva chuva ao Nordeste, afastou-se para o meio do Atlântico e interrompeu de forma abrupta o inverno nordestino. Em 1998, o fenômeno deixou a região no início de abril. Este ano, afastou-se do continente no mesmo mês. Nobre ressalta que o vilão de secas anteriores, o fenômeno El Niño, não está influenciando.

Tribuna do Norte

.....Nordeste se consolida como 2º maior empregador

Agência Estado

Embora a região Sudeste mantenha a liderança na quantidade de pessoal ocupado nas empresas do País, a região Nordeste se consolidou na segunda posição, desbancando a região Sul mais uma vez, segundo os dados do Cadastro Central de Empresas (CEMPRE) 2010, divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


Em 2010, o Sudeste ficou 51,1% do pessoal ocupado assalariado no Brasil, enquanto o Nordeste empregou 18,4%, e o Sul concentrou 17,0% da força de trabalho assalariada.

"A região Nordeste emprega mais do que o Sul, mas é a que paga pior", ressaltou Kátia Cilene Medeiros de Carvalho, analista da área de Planejamento, Disseminação e Análise da Gerência do Cempre, no IBGE.

O Nordeste figurou em terceiro lugar no ranking das regiões para a massa de salários paga aos trabalhadores, com uma fatia de 14,1%. O Sudeste liderou a lista, com uma concentração de 55,5% da massa salarial, seguido pelo Sul, que pagou 15,4% da massa salarial do País.

"Mais de 60% dos empregados do Nordeste estão concentrados na faixa de um a dois salários mínimos. Talvez isso aconteça pelas características das atividades da região, que talvez paguem salários um pouco mais baixos", avaliou a pesquisadora do IBGE. "A Construção foi a atividade mais importante na geração de empregos na região Nordeste, por exemplo", notou.

No total do País, a principal atividade geradora de empregos em 2010 foi o Comércio, seguido por Indústria da transformação e Construção. A participação do Comércio nos empregos gerados em 2010 foi de 22,0%, enquanto a Indústria teve uma fatia de 18,6%, e a Construção foi responsável por 13,6% das novas vagas.

sábado, 12 de maio de 2012

Mais de 4,5 mil produtos têm o Selo da Agricultura Familiar

A lista é grande. Esta semana, chegou a 500 o número de permissões para uso do Selo de Identificação da Participação da Agricultura Familiar (Sipaf) em todo o Brasil. O Sipaf foi concedido a agricultores familiares, a 136 associações e cooperativas, além de 30 empresas - representando mais de 77 mil agricultores beneficiados.


Mais de 4.500 produtos consumidos pelos brasileiros no dia a dia já têm o selo. "Para a população, isso significa que ela pode reconhecer os produtos que têm em sua composição a participação da agricultura familiar", diz o diretor do Departamento de Geração de Renda e Agregação de Valor da Secretaria da Agricultura Familiar (SAF/MDA), Arnoldo de Campos. "O selo foi criado com o objetivo de dar visibilidade as empresas e aos empreendimentos que promovem a inclusão econômica e social dos agricultores familiares, gerando mais empregos e renda no campo", complementa o diretor.

Só a Coopcerrado, Cooperativa Mista de Agricultores Familiares e Extrativistas, tem 32 produtos com o Selo de Identificação da Participação da Agricultura Familiar (SIPAF). A cooperativa tem 1600 filiados em cinco estados brasileiros - Goiás, Minas Gerais, Bahia, Tocantins e Mato Grosso - e comercializa produtos com marca própria (Emporio do Cerrado). A linha de industrializados do baru da Emporio do Cerrado foi uma das primeiras a obter a permissão de uso do selo. Hoje, também estampam o Sipaf em suas embalagens de mel, granola, cookies, linhas de temperos e condimentos, entre outros produtos.

"O selo tem despertado a curiosidade do público. Quando veem que o produto é da agricultura familiar, olham com outros olhos por causa da questão da inclusão social e do trabalho da agricultura familiar", diz Flávio Cardoso, um dos diretores da Coopcerrado, também agricultor, que vive em Goiás. Ele considera positivo o impacto da identificação da agricultura familiar, principalmente nas feiras que participa. A última foi a 28ª Feira de Negócios da Associação Paulista de Supermercados (APAS 2012), em São Paulo.

Produtos de origem reconhecida

O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) criou o Sipaf em 2009, para dar visibilidade a produção da agricultura familiar para a população brasileira. O uso do selo é de caráter voluntário e representa um sinal identificador de produtos, para fortalecer a identidade social da agricultura familiar junto aos consumidores, informando e divulgando a presença significativa do segmento na confecção dos produtos.

Atualmente, agricultores de todas as regiões do Brasil utilizam o selo, sendo os estados com maior número Rio Grande do Sul (184), Paraná (59), São Paulo (44) e Minas Gerais (29). A diversidade de produtos que ganharam a permissão de uso do selo abrange desde conservas, compotas, cucas e pães caseiros, bolachas e licores (RS), passando pelas flores em palha de milho (DF), até arroz, feijão, gergelim, pimenta, pupunha, macaxeira, laranja, tangerina, limão, abiu, açaí, cajá, banana (AC).

A lista inclui polpa de frutas, doces de frutas e leite, frutas, bolos, queijo, iogurte natural, ovos caipiras, cenoura, beterraba, tomate, pimentão, cheiro verde, alface, do Ceará, acelga, almeirão, cebolinha, chicória, coentro, couve, espinafre, repolho, rúcula, salsa, abóbora, abobrinha, brócolis, pimentão (SP), farinhas, geleias, sucos, espumantes, leite em pó integral, suco integral orgânico, chá-mate, requeijão, polpas de frutas e muitos outros - a lista completa tem 4.500 produtos dos 26 estados e do DF.

Como obter o selo

Os interessados em obter o selo devem estar com a documentação regular: CNPJ, em caso de empreendimento, e CPF, em caso de pessoas físicas. Os que possuem Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) devem estar com a declaração dentro do prazo de validade.

Para obter a permissão de uso do selo em seus produtos, é preciso encaminhar à Secretaria da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrários (SAF/MDA) os seguintes documentos: carta de solicitação e proposta de obtenção do SIPAF, seguindo os modelos encontrados no portal da SAF na internet. Pessoas jurídicas também devem enviar cópia do documento de inscrição no CNPJ do Ministério da Fazenda. O endereço para encaminhar a documentação é: Setor Bancário Norte - SBN, Quadra 01, Bloco "D", Ed. Palácio do Desenvolvimento, 6º andar, CEP: 70.057-900, Brasília – DF.

A concessão do Sipaf também pode ser feita por instituições públicas ou privadas parceiras do MDA.

“Seguro agrícola deve ser automático para agricultura familiar"

Por Guilherme Almeida


Da Página do MST

O seguro rural sofrerá alterações pelo Ministério da Agricultura em seu sistema para tentar superar as limitações de contratações dos últimos anos.

Com essas mudanças, o projeto de plano quinquenal do ministério terá metas de crescimento de área segurada para estimular a contratação do seguro.

Além disso, haverá mudanças no método de zoneamento e de contratação.

Apesar dessas mudanças beneficiarem os pequenos agricultores e assentados, o seguro rural continuará ligado ao financiamento bancário.

Para Milton Fornazieri, do Setor de Produção do MST, esse é o maior problema do programa de seguro rural. “Muitos agricultores dizem que o seguro agrícola é, na verdade, o seguro dos bancos”, afirma.

Em muitos casos, quando o produtor recebe o repasse do seguro, acaba pagando as parcelas do empréstimo de custeio feito previamente junto ao banco, via o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

Segundo ele, o governo deveria desvincular o crédito bancário do custeio da produção e, por consequência, da contratação do seguro. “O seguro agrícola deveria ser automático para todo agricultor familiar, independente do crédito bancário”, defende o integrante do Setor de Produção do MST.

Segurança

O seguro rural surgiu como um avanço da agricultura, para proteger os agricultores de prejuízos decorrentes de catástrofes naturais, tais como enchentes ou secas. “A segurança para quem planta é uma conquista por si só”, afirma Milton.

Contudo, o vínculo direto com o financiamento bancário afasta o recurso de quem mais precisa dele, os agricultores. Até mesmo quem tem condições de garantir o custeio não é contemplado com o sistema atual. No entanto, a reforma pretendida pelo governo não altera esse cenário.